Jornalismo em foco no cinema

Teatro, cinema e jornalismo. Uma combinação um tanto quanto incomum, levando em consideração o reduzido número de peças teatrais e filmes que trazem o jornalismo como assunto principal. É nesse contexto que surge o documentário “O Mercado de Notícias“, do cineasta Jorge Furtado. Com um aglomerado de curiosidades, críticas e histórias narradas por profissionais do meio jornalístico, Furtado usa a peça homônima “The Staple of News” (1626), do inglês Ben Jonson (1572 – 1637), como linha condutora do roteiro. O documentário nos mostra assuntos que eram pertinentes na época de Jonson, no século XVII e que, contracenando com as ideias desenvolvidas pelos jornalistas convidados, retratam a realidade do jornalismo no século XXI da forma mais atual possível. O roteiro gira em torno da descoberta do jornalismo em Londres, encenada pela peça, e das entrevistas feitas pelo próprio Jorge Furtado com 13 dos mais renomados jornalistas que atuam no Brasil. Entre os aspectos abordados no filme, destacam-se o constante debate acerca da credibilidade da notícia e as transformações que a crescente necessidade de informação está trazendo à profissão. 

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Somado a tudo isso, Furtado faz um rápido giro na história do jornalismo e contextualiza todo o debate através de casos famosos em que a credibilidade jornalística foi posta à prova. Entre eles, talvez o mais comentado, o caso Escola Base, onde a imprensa veiculou falsas acusações de abuso sexual praticados pelos diretores, sócios e uma professora da escola infantil. A justiça inocentou os acusados e os veículos de comunicação envolvidos na injustiça foram condenados a indenizá-los. Exemplos como esse ajudaram a caracterizar o filme também como crítica ao próprio jornalismo feito atualmente. É uma grande dica pra quem gosta de cinema e ao mesmo tempo de informação. O filme faz perfeitamente essa união, graças à mente habilidosa e criativa do seu diretor. 

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